Boa parte das crianças hoje em dia, ainda nem sabem ler e escrever, mas já são muitos talentosos no computador. Como toda a tecnologia, não deixa de ter suas duas pontas, uma delas é que utilizam com precisão, espremem o máximo das possibilidades e utilizam conforme seu interesse, mas do outro lado, têm aqueles que entregam seu corpo e seus potenciais.
O computador em rede pode ser interativo e abrir canal em um universo sem controle, ele pode ser visto como uma ferramenta revolucionária que favorece mesmo os mais devalidos, já que essa ferramenta tem acesso à qualquer classe social. Tudo isso poderia ser verdade se o bom uso do computador e das redes não dependesse da cultura prévia e de um posicionamento subjetivo intencionado.
Antes, nas salas de aula, os alunos se relacionavam somente com livros e cadernos a partir de conflituosas exigências mesmo dentro da melhor pedagogia, hoje em dia, se dá em um laboratório de informática.
Na rede há uma infinidade de acervos abertos, como obras literárias e científicas à disposição dos alunos, o aluno pode ter diversos tipos de textos em sua tela, o aluno então, só faltaria ler os textos, exercer a leitura, mas será que quem nunca se quer leu um livro, leria no eletrônico, teria mais estímulo em ler?ou daria um clique e faria uma viagem pessoal?
Na educação ocidental, o livro e a leitura ainda são as tecnologias básicas de todo o sistema de ensino. Compreender as vissitudes das intersecções de encontro entre uma tecnologia nascente e a sua interior ajuda a pensar o ensino contemporâneo e evitar atitudes ufanistas ou mesmo as excessivamente temerosas.
Os computadores têm sido para seus usuários o suporte eficaz de antigas tecnologias intelectuais, mas acrescentando um toque de conforto e interatividade em tempo real. A sala de aula virtual, já é uma realidade em muitas escolas. O que se percebe é que ambas as pontas há avanços: obras antigas se abrem em hipertextos nos eletrônicos e estão disponíveis à qualquer internauta em qualquer lugar do mundo. Há lousas também que se movem com um toque de mão, diante disso, o ensino, vê-se talvez na sua mais completa desolação, vivendo um momento paradoxal, que exige exames rigorosos em suporte gráfico.
Tudo pode ser estudado na velha biblioteca real, pode-se dispensar completamente o suporte eletrônico e fazer a prova com a memória, um lápis e uma caneta e ao mesmo tempo disponibiliza possibilidades de interação em rede para muitas ocasiões da vida social, inclusive para os estudos. Temos no momento, uma espécie de espaço interseccional estratégico, onde figuram os que dominam ao mesmo tempo elementos das velhas e novas tecnologias. Alguns pais e professores vêem internet com um recurso educacional para seus filhos, mas empresas dedicam verbas altas para transformar a internet em uma ferramenta de marketing. Concordo com o que o autor nos mostra, nesse contexto de redes e suportes eletrônicos, podemos aprender a ler e a escrever, mas também aprender a usar seletivamente as ferramentas, e não nos acomodar por ser mais prático, mas continuar estudando, analisando e pesquisando com muito esforço e concentração como antes faziam com os livros e cadernos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário